terça-feira, 18 de maio de 2010

Resposta à Oratória

Dianam, eu consigo professar

Por estas singelas linhas,

A adoração que concebes-te pela minha imagem!

Quadro demasiado abstracto,

Não pode ser enclausurado em escritos,

Ou então, a nossa pequena eternidade não chegaria

Para traçarmos os textos escorreitos que deveríamos!

Somos as descendentes da sirena suprema!

Carregamos, no suporte mútuo,

A obrigação de encandear de luz

Os escombros de onde teimamos

Desterrar as cinzas prolíficas do saber!

Carregamos no nosso âmago,

O cristal vítreo que energizará

E completará o rito em torno

Das raízes do pensamento!

Nós faremos ressurgir a poesia

E a música babilónica a que me remetes.

Dama de branco e dama de preto!

Das urnas frutuosas

Que transportamos,

Iremos urdir uma nova doutrina!


(perdoa-me o esquecimento da publicação mas já conheces o meu caos pessoal,

poema enviado para o concurso Ministério da Poesia 2009)





1 comentário:

Artemis disse...

Na verdade, eu é que tenho de pedir mil e uma desculpas, por expressar somente agora (formalmente) as minhas palavras de agradecimento: obrigada. (:

For you:

"A mulher caminha pelas urzes, no auge / do vento, já depois da morte, enovelada / pelos ramos que cortam a paisagem.

O homem está parado como uma ave / de pedra, batida pelo fumo. Depois, é o / corpo dela desfeito sobre os rochedos, / uma faísca que incendeia um pedaço / de madeira. O homem, amarrado a uma / mancha de ferro, contempla o corpo vazio.

Um pássaro cego cai em cima de um espelho. / É o rosto dele despedaçado, a dor. / Tudo é medonho à sua volta, a parte / de trás da luz, a humidade, a respiração das plantas." - Jaime Rocha

With all my love,
***