domingo, 7 de dezembro de 2008

Raramente abandonei a força,
Que me compelia sempre para
Concretizar a vontade...

E ela surgia, como vapor,
Em fumaças revitalizantes,
Em formas de condensação aprumada
Que preenchiam todo o meu vazio!

E quando ambas se abandonam,
Quando ambas as partes desistem, o que surge?

Neste vácuo, neste limbo vertiginoso,
Pergunto-me onde foi a vontade?
Terá finalmente ascendido à atmosfera?

E olho-me, distante, como se levitasse fora do corpo
À procura daquelas amarras que me deram sempre a
Lucidez que precisei...
E agora, é ele que me olha

:: És o único que me prende a "algo",
És a única ligação para o futuro,
És o único a partilhar a tua força comigo,
És o único que vale a pena não perder ::

E eu só peço para que esqueça
Aquela imagem fraca, perdida e sem respostas
Aquela estátua, aquele sorriso triste, aquele
Olhar vazio...

:: "Ver passar a vida faz-me tédio!" ::
(Álvaro de Campos - Opiário)

Mundo! Esquece-me!
Fala-me apenas se me puderes dar
O fruto da colheita que plantei à minha volta.
Com cada gesto, com cada momento de compreensão
Com cada pedaço de amor
Esvaído do meu coração!

1 comentário:

Anónimo disse...

"O diálogo poderia ser aproximadamente assim, tenho uma ligeira tendência para ouvir em terceira pessoa a voz de um discurso quebrado sobre um "eu" qualquer, que aclama coexistir em mim. Quando proferes "mim" não sei bem de que entidade falas, pode ser desta anatomia combalida ou deste cerco inaudível de melodias sem tom ou compasso, a que muitos enaltecem como alma- já deleguei minha alma ao Asmodeu do nada.o meu legado é câmara ardente do meu brilhantismo.(...)"

With all my love,
Artemis